quarta-feira, 16 de janeiro de 2008


pusco

"É importante não se deixar intimidar pelo Rottweiler e saber controlá-lo", diz a diretora do American Rottweiler Club, entidade nacional da raça nos Estados Unidos, Lauri Ladwig.
"O Rottweiler tem um instinto de dominância particularmente desenvolvido ao atingir a maturidade", ressalta o adestrador especializado em raças de guarda, Carlos Rangel. "Antes de optar por um Rottweiler, as pessoas devem refletir sobre sua capacidade de se impor a ele", completa o criador há 15 anos, Fernando Paz, do Canil Bergpanther, em Belo Horizonte.
"Comprar apenas por modismo, sem obter o máximo de informações sobre a raça, é um grande erro", adverte o presidente da maior entidade da raça no País, a Associação Paulista do Rottweiler (Apro), e criador há dez anos, José Francisco Rodrigues, pelo Canil Franclei, em Sorocaba. Com seu conhecimento sobre a raça, a veterinária Iris Arruda é enfática: "Quem não é firme para educar não deve escolher um cão como esse, de temperamento forte."
A firmeza do dono tem de começar na infância. Ao chegar na casa nova, o Rottweiler deve perceber que não pode fazer tudo o que quer e que precisa respeitar as ordens dos familiares. "Se o cão não interromper a ação com o comando 'não', reforce-o em tom pausado e enérgico. Se não houver resultado, afaste-o do local e repita o comando com voz mais enérgica e mais pausada", explica Rangel. "Conduza-o com as mãos a fazer o pretendido, repetindo o 'não', mas sem violência, para não traumatizá-lo nem provocar uma reação agressiva." O 'não' deve ser dito sem qualquer palavra em seguida, conforme acrescenta Rangel. Em especial, não pronunciando o nome do cão, para ele não associá-lo a algo desagradável e deixar de atender os chamados. Lauri lembra que a educação do Rottweiler depende de um conjunto de atividades a ser posto em prática, sendo válido até dar atenção a detalhes como, por exemplo, o dono comer primeiro e só depois alimentar o cão. "Assim, um Rottweiler compreende que você está no 'topo da matilha' e ele abaixo", avalia Lauri. "Situações como essas podem parecer tolas, mas ajudam a educar e devem ser seguidas por todos os membros da casa", completa ela. A especialista em comportamento animal, Hannelore Fuchs, aprova a técnica: "Na natureza, comer primeiro e ter acesso aos melhores recursos é privilégio do dominante."
Mas mesmo após essa idade, os donos devem exigir obediência. Ou o Rottweiler pode se achar o dono do 'mundo'. E o problema de um Rottweiler dominador, criado fazendo tudo o que ira, é, um dia, ao ser obrigado a obedecer uma ordem, se recusar e até morder. Logo se percebe quando um cão aceita a liderança. "Ele aceita as ordens do dono e trabalha em harmonia com ele", diz o juiz de todas as raças pela CBKC, José Peduti Neto. "Para ser líder é preciso conviver e trabalhar com o Rottweiler, senão o dono se restringirá a ser simplesmente um proprietário", comenta Fernando Paz.
Além da imposição de limites nos acontecimentos rotineiros, que deve ocorrer desde a chegada do filhote, a melhor forma de deixar claro a um Rottweiler o domínio do dono é condicioná-lo. Ou seja: proporcionar exercícios diários de obediência básica. E ele gosta, pois é ávido por trabalho. "O Rottweiler não é um cão para ser comprado e largado no jardim, ele tem de ser lapidado e por isso quem opta por ele precisa de tempo livre para fazê-lo trabalhar", diz Paz. "Aconselha-se ao dono um contato de, no mínimo, quinze minutos diários com o Rottweiler para haver uma estabilidade na relação entre cão e dono", completa.
Antes dos seis meses, deve-se apenas brincar com o Rottweiler, mas criando situações em que o cão perceba não ser o líder. Por exemplo, tirando o brinquedo da boca dele, e reprimindo-o, se rosnar. "A partir dos seis meses, já é importante iniciar os comandos básicos do adestramento propriamente dito, como andar junto, sentar e deitar, para o Rottweiler se habituar a cumprir ordens", indica Paz. Caso o proprietário não saiba fazer isso, deve procurar um adestrador. "Mas é importante a presença do dono", diz Paz. "Para ter pleno controle do cão, deve-se participar do aprendizado."
Se o adestramento básico consolida a liderança do dono sobre o Rottweiler, também serve para usufruir o potencial de obediência do cão. Ele é considerado, no livro a Inteligência dos Cães, de Stanley Coren, a nona raça mais obediente, entre as 133 analisadas. Hannelore lembra algumas das vantagens de um Rottweiler obediente: "Ele vem quando é chamado; segue as normas, senta, deita, aceita ordens e uma bronca moderada; acompanha nos passeios; tem hábitos de higiene absolutamente sob controle, deixa o dono dar remédio e fazer curativo, não late desnecessariamente."

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

sobre rottweiler manso




UM AMIGÃO
Ele só não está no Guinness Book dos Recordes como o maior fenômeno de crescimento quantitativo assistido pela cinofilia brasileira porque ninguém teve a idéia de comunicar aos editores responsáveis. O fato é que as qualidades de cão de guarda do Rottweiler vêm sendo prestigiadas por uma legião de brasileiros multiplicada de forma fantástica a cada ano, desde 1987. Ao tipo físico robusto e intimidador desse cão, une-se um jeito implacável de fazer a guarda. Sua autoconfiança descrita até no padrão oficial está associada a um forte instinto de liderança, responsável por uma determinação e coragem extraordinárias.
Tamanha força de temperamento tem sua contrapartida. O convívio feliz com o Rottweiler exige mais que um dono - é preciso ser aceito por ele como líder. Essa condição está ao alcance da maioria das pessoas, de forma bastante simples. Basta disciplinar o comportamento do Rottweiler desde pequeno e ele terá tudo para crescer um amigão companheiro da família, e também ganhará maior equilíbrio no desempenho da sua vocação principal: a guarda. Conhecer as técnicas para alcançar esse resultado é uma garantia de êxito na educação e socialização dele. Além do mais, é a melhor forma de evitar erros cujas conseqüências vão desde um desenvolvimento de atitudes desagradáveis no convívio até ataques sem motivo, inclusive ao dono e a seus familiares.